[Não foi
importante apenas como escritor, mas como um conhecedor e
defensor da cultura popular brasileira. Em Santos, já
participava das festas populares da cidade, como o Carnaval.]
“Não era mole o carnaval na Baixada Santista.
Começava muito antes dos três dias. Primeiro
eram as batalhas de confete. Era lenha pura. Uma em cada bairro.
E não era um desfile de araque com meia dúzia
de crioulos batendo no couro do falecido. E depois vinha o
desfile da Dorotéia. E o desfile dos blocos.”
“Quem viu, viu. Quem não viu não vê
mais. É uma pena.” “Não era mole
botar Carnaval na rua no tempo do Mestre Zagaia. A polícia
acabava com os pagodes na base do chanfralho. Mas, nem por isso a turma
do samba se acanhava. Só saía nos cordões
nego pedra noventa, gente que não fazia careta pra
cego nem cerimônia com otário.”
[Já em São Paulo,
em 1964, escreveu um texto para um espetáculo de música
popular brasileira, Nossa Gente, Nossa Música, realizado
pelo Grupo Quilombo, dirigido por Dalmo Ferreira, no Teatro
de Arena. Sempre foi um defensor e divulgador do trabalho
de sambistas
das Escolas de Samba de São Paulo. Em 1970, escreveu
e dirigiu Balbina
de Iansã. As
músicas do espetáculo, de compositores tradicionais
do samba paulista, como Talismã, Sílvio Modesto,
Jangada, foram gravadas em LP, em 1971. Em 1974, lança
outro LP – Plínio Marcos em Prosa e Samba, Nas
Quebradas do Mundaréu – com os sambistas Geraldo
Filme, Zeca da Casa Verde e Toniquinho Batuqueiro, disco considerado
fundamental para quem quer estudar o samba da cidade de São
Paulo. Esse disco é resultado de um show que já
vinha fazendo com esses e outros músicos e que, com
algumas variações, recebeu diferentes nomes:
Plínio
Marcos e os Pagodeiros,
Humor
Grosso e Maldito das Quebradas do Mundaréu,
Deixa
Pra Mim que eu Engrosso.
Além desses e de outros shows,
nesse mesmo período tinha programas em rádios
e na Televisão Tupi, nos quais divulgava o trabalho
dos sambistas paulistas. Durante vários anos, fez a
cobertura do desfile das Escolas de Samba de São Paulo
para jornal, rádio ou televisão.
Em 1972, é o fundador da primeira banda carnavalesca
de São Paulo, a Banda
Bandalha, que saía na quinta-feira da semana anterior
ao Carnaval e, também, no sábado de Aleluia,
e cujo ponto de partida era em frente ao Teatro de Arena,
no Bar Redondo, reunindo artistas, intelectuais e sambistas
de várias Escolas de Samba, que se misturavam a milhares
de foliões. ]