Na redação de UH


“Plínio Marcos, além de dramaturgo e escritor, construiu carreira sólida no jornalismo, passando por diversos jornais e revistas como repórter e até editorialista. Mas foi na crônica que seu trabalho conquistou grandeza.” “O santista Plínio Marcos trazia a suas crônicas um de seus principais interesses como autor teatral: o retrato dos excluídos pela sociedade e o repúdio do poder em relação a esse panorama.” “Mágicos de circo, craques de várzea, mestres do samba, rainhas do Carnaval. Essa gente simples e esquecida ... tinha em Plínio um aliado.” [A crônica dos que não têm voz, de Javier Contreras, Fred Maia, Vinícius Pinheiro, Boitempo Editorial, 2002]

Começou escrevendo uma coluna semanal, aos domingos, no extinto jornal Última Hora, SP, em 1968. A coluna chamava-se Navalha na Carne e inicialmente escrevia pequenos contos. Já em 1969, a coluna passa a ser diária, escrevendo crônicas sobre assuntos variados, geralmente denunciando e polemizando. É exemplar a campanha que fez contra a TV Globo por ocasião da novela A cabana do Pai Tomás, campanha que teve grande repercussão, gerando vários artigos seus e de vários outros artistas.
Em 12/7/69, despede-se da coluna Navalha na Carne (“Meus Cupinchas, Tchau”) e passa a fazer, no mesmo jornal, entrevistas de página inteira, com o título de Plínio Marcos Escracha. Entrevista, entre outros, Procópio Ferreira, Saracura, Leila Diniz, Geraldão da Barra Funda, Brinquinho e Brioso, José Ramos Tinhorão, Nego Orlando, Antônio porteiro (do Arena, seu grande amigo).
De outubro de 1969 a março de 1970, passa a publicar, em capítulos, a história de Balbina de Iansã, que resultaria na sua peça do mesmo nome.
Em 1970, transfere-se para o jornal Diário da Noite, SP, com sua coluna Plínio Marcos Escracha. Entrevista, entre outros: Herivelto Martins, Inocêncio da Camisa Verde e Branco, Omar Cardoso, Walter Silva, Ari Toledo, Mestre Ziembinsky, Geraldo Vietri. Ou escracha, também, o Santos F.C. de glórias mil, O Carnaval de Ribeirão Preto, João Juca Júnior.
Em 1971, volta para o jornal Última Hora, com sua coluna diária Navalha na Carne, intercalando pequenos contos e crônicas variadas. De setembro a dezembro de 1971, é editor de uma página de variedades. E nesses anos também fazia a cobertura do desfile das escolas de samba de São Paulo, por ocasião do Carnaval.
A coluna Navalha na Carne permanece no jornal Última Hora até julho de 1973, com um breve intervalo, no segundo semestre de 1972, quando assina uma coluna semanal no jornal Guaru News (de Guarulhos, SP), com o título de Nas Quebradas do Mundaréu.
No segundo semestre de 1973, sua coluna no jornal Última Hora passa a se chamar Plínio Marcos Conta. E, em 1974, com novo formato, a coluna diária passa a se chamar Jornal do Plínio Marcos. Nesse mesmo ano, escreve grandes reportagens e, ainda, semanalmente, tem uma página intitulada Encontros com Plínio Marcos, na qual entrevista grandes personalidades, como Jânio Quadros. O Jornal do Plínio Marcos permanece no jornal Última Hora até julho de 1975, quando Plínio é demitido.
Em outubro de 1975, é contratado pelo jornalista Mino Carta para escrever uma coluna sobre futebol na revista Veja. Mas, como não perdia a oportunidade de criticar desde cartolas e dirigentes de futebol até a ditadura militar e a censura, teve várias crônicas censuradas e não publicadas, até sua demissão em janeiro de 1976.
Durante um ano ficou impedido de escrever em jornais, escrevendo apenas colaborações esparsas, por exemplo, para a revista Realidade, para a qual contribuiu com contos-reportagens.
Em fevereiro de 1977, recebeu um convite do jornalista Tarso de Castro para escrever no jornal Folha de São Paulo, no qual passa a ter uma coluna diária até setembro do mesmo ano. Colabora também, nesse período, com entrevistas e reportagens para os cadernos Folhetim e Folha Ilustrada, e também para o jornal Folha da Tarde.

A partir de sua demissão do grupo Folha, não consegue mais emprego permanente nos grandes veículos de comunicação. Mas continuou escrevendo para outros jornais, como, por exemplo: Jornal do Povo (Campinas, SP) no qual assinava uma coluna semanal; Pasquim; Opinião; Versus; Movimento; Jornal de Curitiba; Aqui São Paulo; Jornal Enfim; Jornal da Estrada; A Época; Jornal da Orla (Santos, SP), no qual manteve uma coluna semanal nos dois últimos anos de sua vida. Em revistas, além de Realidade e Veja, colaborou também para, entre outras: Placar, Atenção, Viaje Bem, Status, Ele & Ela, InTerValo 2000, Caros Amigos.
Folhetim com Oswaldo Mendes